Vozes Críticas Internalizadas; saiba o que é.

Vozes Críticas Internalizadas; saiba o que é.

Nosso legado desde a infância inclui mensagens de pessoas significativas, como por exemplo, nossos pais, que são experimentadas como “verdades absolutas” mais tarde. Essas mensagens podem ser transformadas em crenças internalizadas que são disfuncionais e que podem terem sido ditas explicitamente ou não, mas o que é considerado é o resultado dessas atividades na memória da criança e os reflexos disso na vida adulta. 

O que os nossos pais ou pessoas muito significativas que cuidaram de nós na primeira infância comunicaram, de forma verbal ou não verbal, para nós ou sobre nós são registradas. Pode ser que a gente não tenha uma memória desses fatos, mas o nosso funcionamento hoje, com a gente mesmo e com os outros, vai nos dizer de algumas possibilidades da dinâmica do nosso contexto quando ainda éramos pequenos.  

Tente observar momentos de sua vida que você foi crítico com você e com os outros. Geralmente com quais tipos de pensamentos você se conectou? Quais são as palavras que você usou? Observe que essas palavras podem ser as mesmas em sua própria direção ou em direção aos outros.  Quais são as emoções que prevaleceram? Como você se sente nesses momentos em relação a si e aos outros?

Na Terapia de Esquemas de Jeffrey Young foi identificado dois modos críticos principais que também podemos entender como essas vozes que internalizamos e que na vida adulta não questionamos o seu conteúdo e nem a sua origem. Acreditamos que isso “sou eu “, “faz parte de mim”, “é uma verdade absoluta”, “é a minha personalidade”.

O primeiro modo crítico descrito na literatura é o punitivo que tem um tom severo e com a sensação de merecer uma punição por ter ou mostrar necessidades normais que seu ambiente não permiti que sejam expressas. Geralmente a pessoa sente uma grande raiva de si mesma. Um dos sinais é auto-aversão e a autocrítica.

O segundo é o crítico exigente que pressiona os outros e a si, também para ter suas necessidades normais atendidas, mas que não são validadas pelo ambiente. Então a voz construída é que precisa ser perfeito ou ter sucesso em níveis bastante altos e exige isso das outras pessoas.  

Esses modos ou vozes são a níveis de pensamentos e a partir deles criamos estratégias para enfrenta-los, que geralmente são estratégias disfuncionais que mantém eles em evidência, pois acreditamos que só se “eu for assim” (perfeito, dinâmico, produtivo…), serei amada(o) e vista(o) por pessoas que são importantes para mim.

 

 

Sistema de Recompensa e o ABUSO das Redes Sociais

Sistema de Recompensa e o ABUSO das Redes Sociais

O chamado sistema de recompensa do cérebro é o circuito que processa as informações relacionadas ao prazer/satisfação. Ele existe para a nossa sobrevivência, assim como nos animais. Um exemplo é a busca pelo sexo e alimento, ações recompensadoras que garantem a vida.

Sentimos prazer ao beber água, alimentar, dormir e ter relação sexual e buscamos isso novamente – são ações básicas de sobrevivência e manutenção da espécie. Com isso o cérebro faz o registro que é algo agradável e que deve ser repetido.

Tal sistema de recompensa pode ser ativado naturalmente por meio de estímulos ambientais agradáveis como interação social, sexo, alimentos, experiências religiosas e tantas outras situações.

A questão é que as sensações de prazer que o sistema de recompensa proporciona, também, podem ser induzidas pelo uso de drogas e por todos os outros excessos/ ABUSOS variando de indivíduo para indivíduo. Para além do que é saudável e necessário para a vida. Destaco neste artigo o ABUSO das redes sociais.

Entramos num entrave da existência humana.

Somos seres de falta e vulneráveis. Faz parte da existência humana, assim como o prazer e alegria, também a tristeza, a raiva, o medo e a dor. Mas não queremos entrar em contato com esse outro lado. Com isso saímos do USO E VAMOS PARA OS ABUSOS COMO FORMAS DE ANESTESIAS/FUGAS. Podemos observar essas ações em crianças, adolescentes e nós adultos.

“Anestesiar” é um comportamento aprendido.

O ABUSO DAS REDES SOCIAIS é um exemplo atual e que vem sendo muito discutido por educadores e profissionais da saúde. E é também O SISTEMA DE RECOMPENSA que vai nos explicar sobre esse mal uso das mídias sociais e todo o processo de adoecimento envolvido.

O retorno positivo que recebemos quando compartilhamos algo nas redes sociais é um incentivo para postarmos mais. O mundo virtual é um “ambiente controlado” que falamos e mostramos apenas aquilo que queremos. Geralmente o lado belo, fácil e alegre. Para muitos esse ambiente diminui os riscos emocionais. Mas existe vida sem riscos emocionais?  As curtidas e ganhos ativam nosso sistema de recompensa. Pronto. Um pulo para sair do USO E IR PARA O ABUSO.

Hoje já identificamos sinais de abstinência pela restrição do uso das redes sociais como: desconforto físico com sintomas de ansiedade ou irritabilidade, depressão e isolamento social em qualquer fase do desenvolvimento.

É nesse contexto que inicia-se a luta entre a razão (córtex pré- frontal) e a emoção (sistema límbico). É na região do córtex pré- frontal que vamos conseguir avaliar, identificar as emoções envolvidas e nossas estratégias de enfrentamento. Além de olhar para as nossa dores, para o contexto com seus gatilhos e construir estratégias mais assertivas para lidar com tudo isso. Entender o que nos leva a ficar horas na internet, avaliar pros e contras e, caso necessário, procurar ajuda de profissionais especializados. Esta saudável? Quais comprometimentos estão gerando?

Por fim, crianças e adolescentes vão precisar de adultos que exerçam esse papel através de uma supervisão, estabelecimento de limites e uma boa comunicação emocional. Isso é trazer a realidade da vida para eles também. Mostrar o nosso lado vulnerável e ajuda-los a construirem formas assertivas de lidar, não de evitar.